sábado, 19 de fevereiro de 2011

eu tinha falado a muita gente da minha aflição pelos pássaros
de como me irritavam os seus ruídos
o arrolhar nas ramagens
de como dava em doida quando queria dormir de dia

e à noite voltavam eles na penumbra
as sombras que assomavam na janela
os ruidos das pequenas crias no ninhos

foram muitos dias sem dormir
muitas noites de insónia
até que me decidi:

iria esventrá-los a todos
esventrar pássaros disse ela: dito na terceira pessoa já nada teria a ver comigo.

2 comentários:

  1. Preciso muito saber se este poema é teu, Aurora Clara. Sendo que sendo ou não sendo o veredicto será o mesmo: adoro-o, sendo que eu não adoro como tantas vezes se adora. (A dúvida vem daquele "L.M." ali em cima no título e/ou na epígrafe.)

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  2. é meu sim pedro, curiosamente escrito à "pressão" há uns minutos atrás depois de ter lido um post teu... (devo dizer que também adoro, do teu adorar, algumas coisas que escreves!)

    nota: a frase que diz L.M. é de um amigo meu com quem escrevo de vez em quando ;)

    abraço

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